Não vou falar do Rio de Janeiro porque a Globo já disse tudo e todo mundo já sabe o bastante. Realmente não descemos do navio para passear na cidade maravilhosa.
Minha intenção desde o planejamento da viagem foi aproveitar o atracamento no Rio pra visitar uma novidade carioca: o Museu do Amanhã.
Por alegre coincidência, o museu fica na praça Mauá no mesmo local do píer de atracamento do navio. O museu abre às 10 da manhã e o ingresso custa R$ 10,00 inteira e R$ 5,00 meia. Logo de pronto, o prédio impressiona. O trabalho do arquiteto espanhol Siantiago Calatrava é magnifico.
A proposta do museu é moderna e cativante: "O amanhã é hoje. E hoje é o lugar da ação".
A exposição principal permanente navega por 5 áreas:
A - COSMOS - De onde viemos?
B - TERRA - Quem somos?
C - ANTROPOCENO - Onde estamos?
D - AMANHÃS - Para onde vamos?
E - NÓS - Como queremos ir?
A instalação que mais me impressionou é a que se refere ao cérebro e seu funcionamento. São vários jogos e vídeos interativos que muito nos ensina sobre nossa central de processamento.
Tem uma parte que não gostei. Quando se fala em desenvolvimento sustentável, o discurso me pareceu muito mais político que científico, os ecochatos predominam.
Em geral considero o museu uma boa opção para a cidade. O visual da arquitetura e das instalações internas está impecável. O modelo norte americano de uma ampla sala de recepção seguido de um vídeo bacana, corredores com a exposição principal e no fim do trajeto uma lojinha com lembranças do museu está adequado a globalização. Uma falha: o vídeo bacana é falado em português o que afasta os gringos, tinha que ser em inglês com sessões alternativas em português, imperdoável.
Dentro, todas as instalações apresentam as informações em português, inglês e espanhol, parabéns.
Talvez por estratégia para atingir um público maior ou por complexo de vira-latas, a profundidade com que os temas são tratados é quase superficial. Perdoável.
Uma boa dica: o Museo de Arte do Rio de Janeiro (MAR) fica ao lado, vale a pena conferir, tem um grande acervo de fotos sobre o Rio antigo. Às terças-feiras e aos domingos, a entrada é grátis.
Concluindo eu diria que vir ao Rio de Janeiro para conhecer o Museu do Amanhã, não, mas se vier não deixe de conferir.
Este pequeno texto coletado de uma das paredes do corredor principal dá uma idéia geral do espírito dos organizadores:
"O futuro não está pronto e acabado. A cada dia, a cada escolha, o rio do Tempo se abre em um delta de Amanhãs possíveis. O curso que a realidade irá seguir depende cada vez mais de nós, como atores do Antropoceno, na construção do porvir. Sabemos que a única certeza sobre o futuro é que haverá o inesperado, mas as Ciências nos indicam as grandes tendências que muito provavelmente moldarão as próximas décadas: seremos ainda mais numerosos, com alguns vivendo por muito tempo; habitaremos um mundo mais urbano e interconectado, porém mais desigual; experimentaremos intensas modificações do clima e alterações da biodiversidade; estenderemos aceleradamente as fronteiras do conhecimento; multiplicaremos tecnologias para aplicá-las a nossos corpos, mentes e vidas. Como sociedade, como seres vivos, como humanos, nosso desafio comum será o de inventar rumos, rotas e caminhos para navegarmos entre o que somos hoje e o que poderemos vir a ser. Curiosidade, espírito, imaginação: é o que precisamos para nos lançar ao mar".
Nossa próxima parada relevante será Ilhéus, a terra de Gabriela e Seu Nassib. Contarei novas estórias, fique ligado. Ah! O navio é bacana.
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