quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mundo em Descontrole

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Esta é uma visão minha dos principais pontos que considerei relevantes no livro de Antony Giddens – Mundo em Descontrole da editora Record – 2005


Salvo por alguns contextos marginais, na Idade Média não havia nenhum conceito de risco.

A palavra “risk” parece ter se introduzido no inglês através do espanhol ou do português,

Risco não é o mesmo que infortúnio ou perigo. Risco se refere a infortúnios ativamente avaliados em relação a possibilidades futuras.

Todas as culturas anteriores, entre as quais as primeiras grandes civilizações do mundo, como Roma, ou a China tradicional, viveram sobretudo no passado. Usavam as idéias de destino, sorte ou a vontade dos deuses onde agora tendemos a usar risco.

É claro que essas idéias não desapareceram completamente com a modernização.

O risco é a dinâmica mobilizadora de uma sociedade propensa à mudança, que deseja determinar seu próprio futuro em vez de confiá-lo à religião, à tradição ou aos caprichos da natureza.

O capitalismo moderno insere-se no futuro ao calcular lucro e perdas futuros, e, portanto risco, como um processo contínuo.

O seguro é a base a partir da qual as pessoas estão dispostas a assumir riscos.

, as formas modernas de seguro tiveram início na vida náutica. Os primeiros seguros marítimos foram lavrados no século XVI. Em 1782 um contrato de seguro cobrindo riscos além-mar foi firmado pela primeira vez por uma companhia de Londres.

Seguro é algo só concebível quando acreditamos num futuro humanamente arquitetado.

O risco externo é o risco experimentado como vindo de fora, das fixidades da tradição ou da natureza.

O risco fabricado diz respeito a situações em cujo confronto temos pouca experiência histórica.
Cada vez que alguém entra num carro, por exemplo, é possível calcular as chances que essa pessoa tem de ser envolvida num acidente. Isso é previsão atuarial – envolve uma longa série temporal. As situações de risco fabricado não são assim. Simplesmente não sabemos qual é o nível de risco, e em muitos casos não saberemos ao certo antes que seja tarde demais.

... a maneira mais eficiente de enfrentar o crescimento do risco fabricado é limitar a responsabilidade mediante a adoção do chamado “princípio do acautelamento”. A idéia do princípio do acautelamento surgiu pela primeira vez na Alemanha no início da década de 1980,... propõe que se deve agir no caso de questões ambientais ...ainda que haja incerteza científica com relação a elas.

Nossa época não é mais perigosa – nem mais arriscada – que as de gerações precedentes, mas o equilíbrio de riscos e perigos se alterou. Vivemos num mundo em que perigos criados por nós mesmos são tão ameaçadores, ou mais, quanto os que vêm de fora.

Finalmente, é impossível adotar simplesmente uma atitude negativa em relação ao risco. O risco sempre precisa ser disciplinado.

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